Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
“Círculo Vicioso”
Machado de Assis, p. 138
Por
que a personificação é usada tão freqüentemente na literatura?
Realmente não faz sentindo tentar observar o mundo através algo que não
somos. Talvez a resposta é que as pessoas não conseguem ver sua própria
vida de maneira objetiva. Temos o hábito de se justificar e só ver os
erros dos outros. Quando estamos criticados, muitas vezes fugimos. Então
para fazer uma crítica social ou outro tipo, autores muitas vezes usam
de personificação para falar das pessoas sem parecer atacar
direitamente. Dessa maneira podem fazer críticas agudas de maneira mais
objetiva. Um exemplo perfeito disso vem do poema “Círculo Vicioso” do
Machado de Assis. O seguinte é uma seleção de minha redação sobre o
assunto.
A personificação usada tão freqüentemente no “Círculo
Vicioso” comenta sobre a subjetividade com qual as pessoas comparam as posições
sociais e valor pessoal. Um talvez pode perguntar, se o Machado de Assis está
fazendo um comentário social nesse poema, porque usa de coisas não humanas como
o sol e um vaga-lume? A resposta dessa pergunta fica na subjetividade com qual
as pessoas percebem suas circunstâncias. Freqüentemente, as pessoas estão cegas
enquanto seus próprios hábitos e falhas. Machado de Assis usa dessas
personagens não humanas para deixar o poder de interpretação com o leitor. Por
que o leitor está lendo sobre estrelas e luas em vez de se mesmo está livre
para fazer a comparação entre a situação no poema e sua própria vida. Essa
técnica pode ser muito mais efetivo do que simplesmente falando o tema de uma
maneira óbvia ou ditadura.
De maneira sútil Machado de Assis usa das diferentes
personagens para representar a comparação que existe entre os níveis sociais. O
vaga-lume represente o pobre e comum enquanto o sol represente o rico e
poderoso. Enquanto a personificação representa todas essas imagens de forma
diferente, todos falam sobre o mesmo coisa, o desejo de ser algo outro do que
são. O Machado de Assis está fazendo o comentário que, mesmo que todos ocupam
um espaço social diferente, todos tem os mesmos objetivos e são mais similares
do que eles acham. Todas as personificações têm a ver com a luz, falando que
todas as pessoas têm sua próprio valor. Além das diferenças, a comparação
também pode salientar essas semelhanças.
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