Thursday, November 7, 2013

Não conseguimos ver nos mesmos!



Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

“Círculo Vicioso”
Machado de Assis, p. 138

 


     Por que a personificação é usada tão freqüentemente na literatura? Realmente não faz sentindo tentar observar o mundo através algo que não somos. Talvez a resposta é que as pessoas não conseguem ver sua própria vida de maneira objetiva. Temos o hábito de se justificar e só ver os erros dos outros. Quando estamos criticados, muitas vezes fugimos. Então para fazer uma crítica social ou outro tipo, autores muitas vezes usam de personificação para falar das pessoas sem parecer atacar direitamente. Dessa maneira podem fazer críticas agudas de maneira mais objetiva. Um exemplo perfeito disso vem do poema “Círculo Vicioso” do Machado de Assis. O seguinte é uma seleção de minha redação sobre o assunto.
 



A personificação usada tão freqüentemente no “Círculo Vicioso” comenta sobre a subjetividade com qual as pessoas comparam as posições sociais e valor pessoal. Um talvez pode perguntar, se o Machado de Assis está fazendo um comentário social nesse poema, porque usa de coisas não humanas como o sol e um vaga-lume? A resposta dessa pergunta fica na subjetividade com qual as pessoas percebem suas circunstâncias. Freqüentemente, as pessoas estão cegas enquanto seus próprios hábitos e falhas. Machado de Assis usa dessas personagens não humanas para deixar o poder de interpretação com o leitor. Por que o leitor está lendo sobre estrelas e luas em vez de se mesmo está livre para fazer a comparação entre a situação no poema e sua própria vida. Essa técnica pode ser muito mais efetivo do que simplesmente falando o tema de uma maneira óbvia ou ditadura.
De maneira sútil Machado de Assis usa das diferentes personagens para representar a comparação que existe entre os níveis sociais. O vaga-lume represente o pobre e comum enquanto o sol represente o rico e poderoso. Enquanto a personificação representa todas essas imagens de forma diferente, todos falam sobre o mesmo coisa, o desejo de ser algo outro do que são. O Machado de Assis está fazendo o comentário que, mesmo que todos ocupam um espaço social diferente, todos tem os mesmos objetivos e são mais similares do que eles acham. Todas as personificações têm a ver com a luz, falando que todas as pessoas têm sua próprio valor. Além das diferenças, a comparação também pode salientar essas semelhanças.

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